Hoje fiz minha primeira aula de Pilates. Sempre morri de vontade de experimentar, mas os preços eram absurdos em São Paulo. O que mais me chamava a atenção era o fato de ser uma aula inspirada em passos de ballet.
Acordei 9h15. A aula começava às 10h. Saí correndo, peguei o metrô e entrei no vestiário às 9h50. Já na sala, à meia-luz, só tinha uma aluna com menos de 50 anos: eu.
Cada um pegou seu colchãozinho (aquele de fazer ioga) e se espalhou pelo chão. Inspira, expira, respira, estira. Dói aqui, puxa ali, estala lá, cãimbra acolá.
No final da aula, a professora veio me perguntar se me conhecia de algum lugar. Disse que eu parecia uma bailarina que ela havia conhecido. Contei que havia dançado no Brasil, mas que estava parada há seis, sete anos. Ela disse que parou há oito e que esta menina, a qual ela se referia, também era brasileira, mas dançava em Toronto há algum tempo.
Gostei. Me senti em casa... de novo. Quando a aula acabou e me vi finalmente sozinha na sala - e com aquele espelho gigante, comecei a refazer sequências de passos que praticava há sete anos. E, pela primeira vez na minha vida, consegui fazer quatro piruetas seguidas. Assim, sem nenhuma pretensão.
Na verdade, acho tudo na vida acontece assim. Tudo que tem a obrigação de acontecer, a gana de aparecer e o peso de ser realizado tem mais chances de falhar. Pressão demais, energia demais. Tudo que é feito sem cobrança, com alma e sem grandes pretensões, flui. E com leveza, como um simples passo de ballet.
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