"No seu caso, a emoção sempre se sobrepõe à razão", disse uma amiga, semanas atrás. Mas descobri que esse estilo de vida pode ser genético, haha. Explico. Em 1910, num Japão ultraconservador, minha bisavó, toda saltitante, se enroscou com algum japa galã (ou, no mínimo, bom de lábia). O resultado foi uma gravidez indesejada, mulher solteira. Ninguém soube me dar muitos detalhes, mas o que sei é que logo depois ela se casou com o meu bisavô e a criança foi deixada no país enquanto a família legítima deixava Osaka em busca de melhores condições em Valparaíso, aqui na terrinha. Fiquei pensando nessa criança, nesse casamento com cara e corpo de arranjado, pelos maus bocados que ela passou. E, principalmente, por todo esse impulso, essa energia que não conseguimos brecar. Ê bisa...
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