Faz sete dias que comprei "Só Garotos" (Just Kids). Faz exatamente 6 horas que solucei como uma garotinha ao fechar o livro. Não consegui descrever ao Luiz o que estava sentindo na hora. Precisei de 40 minutos para me recompor.
Há sete dias li a primeira página e senti um certo estranhamento. Frases curtas e expressões de um universo não meu. Hoje as frases poderiam ser minhas. Frases que eu gostaria de ter sublinhado, riscado e destacado. Frases que você quer sentir pelo menos uma vez na vida. E, se já sentiu, te arrepia tanto que você quer a segunda dose. A NY dos final dos anos 60 e 70. Personagens de longe que ficam bem perto.
A relação entre Patti Smith e Robert Mapplethorpe é escancarada. E por ela mesma. Foi um pedido dele antes de morrer. E eu consigo materializá-lo neste momento, com dois olhos vivos: "Você me promete, Patti?".
domingo, março 27, 2011
sábado, março 19, 2011
E aí eu gosto de gente. De tudo quanto é tipo de gente. Segundo amigos, não tenho filtro. Gosto de malas, inclusive. E gosto de gente bonita. Ah, como gosto. Adoro estar rodeada de gente linda, segura, forte. Inspira a saber mais, aprender mais, ter mais desdobramentos.
Nesta semana teve o Mauzinho. E como adoro cada papo. De viagens, nova faculdade, bicicleta desmontável e Cuba. Esperidião Amin, trabalho, amor e francês.
E ontem vi o documentário "Somebody told me about... Carla Bruni". O sonzinho ficou ao fundo enquanto eu fazia mil coisas no computador. Mas não deu pra ficar alheia e vidrei em tudo. A música (que eu já gostava), mas a forma como ela descreveu seu relacionamento com Sarkozy. Nada de absurdo; muito pelo contrário. Amor é simples e ela foi cândida e direta. E o carinho no fundo daquele olho foi delícia de ver.
.................
Admiração. Assim definiu a mãe do Luiz sobre o que deve ser a base de um relacionamento. Eu comecei a ponderar e concordei logo depois do primeiro ano. Só adiciono mais uma palavrinha: respeito. Respeito para ir e vir. Para ter as suas escolhas e as nossas escolhas. Para ter espaço. E dar espaço ao que realmente importa: o fato de termos escolhido ficar junto.
Somebody Told Me About Carla Bruni - Clip from George Scott on Vimeo.
Nesta semana teve o Mauzinho. E como adoro cada papo. De viagens, nova faculdade, bicicleta desmontável e Cuba. Esperidião Amin, trabalho, amor e francês.
E ontem vi o documentário "Somebody told me about... Carla Bruni". O sonzinho ficou ao fundo enquanto eu fazia mil coisas no computador. Mas não deu pra ficar alheia e vidrei em tudo. A música (que eu já gostava), mas a forma como ela descreveu seu relacionamento com Sarkozy. Nada de absurdo; muito pelo contrário. Amor é simples e ela foi cândida e direta. E o carinho no fundo daquele olho foi delícia de ver.
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Admiração. Assim definiu a mãe do Luiz sobre o que deve ser a base de um relacionamento. Eu comecei a ponderar e concordei logo depois do primeiro ano. Só adiciono mais uma palavrinha: respeito. Respeito para ir e vir. Para ter as suas escolhas e as nossas escolhas. Para ter espaço. E dar espaço ao que realmente importa: o fato de termos escolhido ficar junto.
Somebody Told Me About Carla Bruni - Clip from George Scott on Vimeo.
quinta-feira, março 03, 2011
Gosto das frentes e dos versos.
terça-feira, março 01, 2011
Não consigo me conter com textos que parecem óbvios, mas que são deliciosos de ler. Tipo ler Melancia ou qualquer outro livro que te deixa num clima cozy, à vontade, sonhando.
A Karina Toste, que trabalha comigo (na verdade, eu quem trabalho com ela, pois cheguei beeeem depois!), mandou este texto agora. Não vou checar se foi a Martha Medeiros, o Luis Fernando Veríssimo ou se a Rosana Hermann escreveu. Mas indico a leitura.
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar. (no futuro bem próximo...)
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem..
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.'
Martha Medeiros - Jornalista e escritora
A Karina Toste, que trabalha comigo (na verdade, eu quem trabalho com ela, pois cheguei beeeem depois!), mandou este texto agora. Não vou checar se foi a Martha Medeiros, o Luis Fernando Veríssimo ou se a Rosana Hermann escreveu. Mas indico a leitura.
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar. (no futuro bem próximo...)
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem..
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.'
Martha Medeiros - Jornalista e escritora
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